domingo, 20 de março de 2011

Sabor

permita que meus dedos deslizem por tuas costas
somente para eu sentir tua respiração mais forte
e poder recordar com saudade em tuas pupilas
o passado longínquo que não vivemos jamais.

reconhecerei sem pressa na pontinha da sua orelha
um pedacinho daquele futuro que hoje já se foi
apenas um segundo antes de sorrir pro teu sorriso
sem nenhuma enriquecida pretensão perfumada.

e, após tudo isso, com meus lábios em teus ombros,
vagarosamente te mostrarei com todo romance
o quão doce é o sabor desse lascivo veneno
que adormecem aqueles que aprendem a amar.

e me restará o prazer eterno
de morder todos os teus pecados.

2 comentários:

Lê Fernands disse...

imagina se esse passado tivesse existido? esse reencontro teria sido um crime perfeito!



=D


bjsmeus

Luna Blanca disse...

(Os poetas)

Seres de sangues incoaguláveis, de feridas abertas e incuráveis, seres que precisam sentir em dobro para traduzir o que outros sentem, esses são os poetas. Poetas não nascem para ter, nascem para sentir falta.